Capítulo 3
"As amizades são como as estrelas; mesmo à distância elas brilham!! (Alessandra Melo)
A luz do dia machucava meus olhos, estava com coberta e a TV estava desligada, deve ter sido a Melzinha, ela tem a chave do meu quarto, mas ela quase não usa essa chave, sabe que eu gosto de privacidade, mas quando é preciso, ela usa e nem liga se eu gostei ou não. Levantei-me, calcei minhas pantufas, fui ao banheiro fazer minha higiene matinal, desci pra tomar café, Amandinha já estava acordada e estava mexendo seu copo de achocolatado que nem boba e olhando pro nada com um sorriso idiota.
- Nossa, o que aconteceu pra você tá tão boba hoje? - Eu disse rindo, pegando um copo e preparando achocolatado pra mim.
- Hã? Ah, Bom dia meu amorrrrrrrrrr. - Respondeu Amandinha.
- Não muda de assunto, dona Amanda, que aconteceu pra te deixar toda boba? - Eu disse, olhando pra ela desconfiada.
- Ah... Nada, - Disse ela com um sorrisinho.
- Isso, esconde mesmo de mim, sua amiga há tantos anos, sua confidente. - Eu fiz drama.
- Ah, para, né Luinha. - Disse ela rindo. - Não é nada, ou melhor, é sim, mas eu só posso contar à noite. - Disse ela, me olhando com ainda aquele sorriso bobo.
- Ah, vou ter que ficar mesmo curiosa? - Eu disse chorosa e fazendo beicinho.
- Vai sim, dona Luinha. - Ela falou rindo. - Agora para de drama e me diz o porquê dos olhos inchados. - Ela disse, mudando de assunto.
- Ah amiga, o de sempre, né, você já sabe, eu sou mesmo uma idiota. - Eu falei, olhando para o achocolatado. - Eu queria que isso tudo acabasse, que eu parasse de amá-lo, não é possível, a gente nunca vai ter algo, ele é meu melhor amigo, apenas isso. - Eu falei com um tom de voz que demonstrava um pouco minha frustração com meu sentimento.
- Luinha, não se culpe de algo que você não foi culpada, você ama mesmo esse menino, eu sei, você sabe, as meninas sabem, mas você tem que tocar a sua vida, parar de pensar nele, pensar nas coisas que ele faz, desliga um pouco dele e vá curtir sua vida, já ouviu falar aquele ditado assim "Deus te deu a vida, não a eternidade?" Então, vá aproveitar, pare já com isso, ok?
- Nossa, acabou comigo. - Eu disse, colocando a mão no peito e rindo. - Mas é verdade tudo isso que você falou. Você tá certa, vou começar a curtir minha vida e esquecer esse menino, pra sempre. - Eu disse, com verdadeiras esperanças que isso acontecesse.
- Isso mesmo, agora vá passar uma maquiagem, tá muito nítido que você chorou. - Disse ela, me olhando.
- Tá? Vou lá agora. - Disse isso, acabando de tomar meu achocolatado e subindo as escadas correndo, esbarrei no Chay sem querer no meio da escada.
- HEY! - Gritou Chay. - Bom dia, Luinha... Mas MEU DEUS DO CÉU, o que aconteceu? Por que seus olhos tão inchados? Você tava chorando? Aconteceu alguma coisa? Você tá bem? - Disparou a falar.
- Bom dia, Chay, wow, uma pergunta de cada vez! Eu tô bem sim, não aconteceu nada, pode ficar tranquilo. - Disse, sorrindo.
- Então por que seus olhos estão inchados de chorar? - Ele rebateu e eu tive que despistá-lo.
- Hm... Nada não, faz um favor pra mim? Encha a Amandinha até ela fazer nosso café da manhã? - Olhei pra ele rindo, vi ele rir junto.
- Claaaaaaro. - Disse ele, ainda rindo. - Mas você ainda não me fal...-
- Ok, vou ali e já volto. - Disse, subindo correndo e evitando que ele me perguntasse de novo o que tinha acontecido. Chay é tão insistente. Entrei no meu quarto, troquei de roupa, passei todo o tipo de maquiagem que eu tinha pra poder disfarçar os olhos inchados e desci de novo. Quando desci, Arthur já estava aqui em casa, ajudando a Amandinha com o café. Quando o vi, deu de novo um aperto no coração e uma vontade enorme de chorar, mas engoli o choro antes que ele percebesse.
- Bom dia, dona Luinha. – Disse Arthur, sorridente.
- Bom dia, meu amor. – Falei, tentando sorrir sinceramente, mas apenas consegui dar um sorriso amarelo. Sentei-me ao lado do Chay, peguei torradas e meu copo de achocolatado e comecei a comer em silêncio. Vi Arthur falar alguma coisa com a Amandinha e sentar na minha frente, dando um sorriso sem mostrar os dentes. Aquele sorriso fofo e meigo que eu tanto amava e me fez rir junto. Amanda, ainda abobada, como eu a tinha encontrado antes de descer de novo, sentou-se com a gente e ficou rindo pro nada.
- Err... Amandinha, você tá bem? – Chay disse, percebendo a atitude esquisita da Amandinha
- Hm? Ah sim, amorzinho. – Disse Amanda, sorrindo ainda pro nada.
- Estranha. – Escutei Micael dizer, entrando na cozinha e arrancando risada de todos nós. – Bom dia pessoal, como estão? – Disse o garoto, roubando uma torrada de Chay, que deu um tapa na cabeça dele.
- Bom dia, Micael. – Eu e Amandinha falamos juntas.
- Bom dia, Micael, to ótimo e você, dude? – Arthur disse, sorrindo pro amigo.
- Tô bem também, é Aguiar, sei o porquê da sua animação logo cedo. – Disse Micael rindo, senti meu estômago dar muitas voltas dentro de mim.
- É, eu também, eu vi a "animação" dele saindo lá de casa hoje cedo. – Disse Chay, rindo mais ainda. Eu já lutava contra as lágrimas, mas tinha certeza que ia acabar desabando em 2 minutos. Amandinha percebeu o que tava acontecendo comigo e logo tratou de me ajudar.
- AAAAI! – Amanda deu um grito, fazendo que os três garotos olhassem pra ela. – Cólica forte. Luinha, vem comigo. – Levantou correndo da mesa, me puxando e deixando os garotos sem entender nada. Cinco segundos depois já estávamos em meu quarto.
- Calma amiga, respira, lembre-se de tudo que eu te falei hoje. – Disse Amanda, me abraçando.
- Eu sei amiga, mas é impossível não ficar chateada ouvindo essas coisas. – Eu disse, abraçando-a.
- Fica calma, tá? Isso vai passar, ok? Faça coisas pra te distrair quando você estiver assim, que tal? – Disse ela, sorrindo pra mim.
- Tá ok, amiga. – Disse, tentando sorrir, nesse momento, meu celular tocou. Corri até a cômoda, olhei o número e não sabia quem era, achei estranho, parecia ser do Brasil, então atendi.
- Alô? – Eu disse.
- Luinha? – Uma voz conhecida disse, não lembrava quem era.
- Sim, quem fala? – Perguntei.
- É o Diego, tudo bem? – Ele falou, logo me entusiasmei, achei que ele nem ia ligar. Nesse momento, Arthur entrou no meu quarto e eu pude ler em seus lábios quando ele perguntou a Amanda quem era no telefone, Amanda fez um gesto de que não sabia.
- Ah sim. Oi Diego, tudo sim e você? – Disse sorrindo e olhando para a Amanda com um sorriso malicioso no rosto, quando ela percebeu, sorriu da mesma forma que eu e perguntou sussurrando “plano em prática?” e eu fiz que sim com a cabeça. Arthur ficou nos olhando sem entender.
- Tudo também amor, então, vai fazer alguma coisa essa noite? – Ele disse e eu sorri mais ainda pra Amanda.
- Eu não, por quê? – Falei, me fazendo de boba.
- Não quer ir a algum lugar comigo? – Ele disse.
- Hm, claro, onde? – Falei.
- Em um pub, é muito bom o lugar, garanto. – Disse ele, com um tom de voz que deu pra perceber que estava sorrindo.
- Ah sim, se você garante, eu confio. – Disse, rindo.
- Então tá, me passe seu endereço e eu te busco às 22h, pode ser? – Disse ele.
- Claro, anota aí. – Então passei o endereço pra ele e desliguei o telefone, Amanda e Arthur ainda continuavam me olhando.
- Que foi? – Disse, me fazendo de boba olhando para os dois, Amanda tinha ainda o mesmo sorriso malicioso e Arthur tava com uma cara confusa.
- Quer dizer que a dona Lua vai sair hoje à noite? – Disse a Amanda, rindo.
- Sim senhora. – Falei, olhando pra ela rindo.
- Aonde você vai? – Falou o Arthur, olhando pra mim.
- Hm, não sei ainda, Diego não quis me dizer, disse apenas que era um pub. – Falei, indo em direção ao meu closet para procurar já alguma roupa.
- Diego? Quem é Diego? – Ele falou, ainda me fitando, agora sério.
- Ah Arthur, chega de perguntas pra menina, parece que tá até com ciúmes. Você vive saindo com um monte de mulher todos os dias e ela não te pergunta nem o nome das piriguetezinhas que você pega. – Disse a Amanda, lendo meus pensamentos e me fazendo rir.
- Er... Não, não é ciúmes, é que eu não vejo a Luinha saindo assim, sozinha com um cara, muito menos que eu não conheça, quando ela sai com caras que eu não conheço, é quando vai a algum pub com vocês. – Disse ele, se explicando.
- Hm, tá. – Disse Amanda, irônica.
- É sério. – Ele disse.
- Ok, nós sabemos, Arthur, agora parem de discutir vocês dois e Amanda, vem me ajudar a achar uma roupa decente. – Falei, puxando Amanda pela mão.
- Ah, espero que seja decente mesmo, dona Luinha. – O Arthur disse.
- Há-há, Sr. Aguiar, tá cuidando de mim mais que meu pai. – Falei, rolando os olhos. Vi ele dar um sorriso irônico e sentar na minha cama.
- Arthur, preciso que você saia do quarto, tenho que experimentar roupas, sabia? – Falei pra ele
- Hm, pode experimentar no banheiro, daqui eu não saio enquanto você não escolher uma roupa decente – Ele disse, ainda com o sorriso irônico, agora, deitado na minha cama.
- Aff Arthur, deixa de ser chato. – Falei, revirando os olhos de novo.
- Não, não deixo. – Disse, cruzando os braços e olhando pra mim cinicamente.
- Ah Luinha, larga pra lá, vem olhar sua roupa. – Disse Amanda, empolgada.
- Tá. – Fui até a Amanda olhando minhas roupas, experimentei um monte, Arthur fazia cara feia pra todas.
- Ah, você também não gosta de nenhuma, que saco. – Disse, já estressada com a atitude dele.
- Então eu escolho a roupa. – Disse ele se levantando e revirando meu closet. – Mas não é possível, só tem roupa indecente aqui, Lua.
- Ai Arthur, cala a boca. – Disse, emburrada. – Se for só pra reclamar e criticar, nem precisa ficar aqui. Você tá aqui por que quer também, se acha que eu não vou ficar bonita com roupa nenhuma, vai embora que você tá só me atrapalhando. – Continuei com raiva, ele me fitou assustado,Amanda teve a mesma reação.
- Claro que não, Luinha! Você é linda, fica linda de qualquer jeito, com qualquer roupa, pra falar a verdade eu gostei de todas as roupas que você experimentou, mas não queria que você fosse de short ou de camiseta, ou qualquer outro tipo de roupa que mostra o quanto você é gostosa. Principalmente pra ir a um pub com um cara que eu desconheço. Pub é lotado de homem atrás de mulher e já vai ter um atrás de você. Mulheres podem até ir a pubs só pra curtir, mas homem não, Luinha, vai atrás de mulher e você também nem sabe aonde esse cara vai te meter, sabe lá se o lugar é perigoso, pode ser que aconteça alguma coisa se for com essas roupas. – Finalmente ele me explicou a atitude idiota dele. Fiquei olhando pra cara dele, ainda sem entender direito.
- Ok, você só falou isso tudo pra enrolar e não falar que realmente tá com ciúmes da Luinha? – Amanda falou pra Arthur, fingindo indiferença.
- Não Amandinha, é que eu realmente fico preocupado com ela. – Disse ele.
- Só preocupação? – Continuou falando com indiferença.
- É! Preocupação e... – Ele disse e se calou.
- E...? – Eu e Amanda falamos juntas.
- Tá, tá. Eu tô com ciúmes também, satisfeitas? – Disse ele, um pouco nervoso já.
- Satisfeitíssimas. – Disse Amanda sorrindo, fiquei parada olhando, não sabia o que falar.
- Porra Luinha, não sinto ciúmes de mulher nenhuma, só de você, da minha mãe e da minha irmã. Você é minha melhor amiga, não consigo ver um monte de homem passando a mão em você, porra. – Disse ele, nervoso com a situação.
- Quem te disse que um monte de homem vai passar a mão em mim? Quem você tá achando que eu sou, Aguiar? Não sou nenhuma das piranhas que você pega todo dia não! – Não aguentei o que ele falou e disparei.
- Claro que não, Luinha, eu sei disso. Mas é que... De qualquer forma, você vai tá na mão de um homem. – Disse ele me olhando, agora mais calmo, uma coisa que eu não estava agora era calma.
- Pelo amor de Deus, Arthur. Fala que eu não tô escutando isso, não acredito. Você tá pensando que eu tenho quantos anos? 10? Não preciso da sua preocupação, nem da sua proteção, agora sai daqui antes que estrague mais o meu dia do que já estragou. – Falei mais alto que o normal.
- Tá bom, Lua, agora, se acontecer alguma coisa, não vem falar que eu não avisei. – Ele disse e saiu do quarto. Olhei pra Amanda, que ainda tava assustada com a discussão, e resolvi não falar mais nada sobre o assunto e fingir que nada tinha acontecido.
- Então, vamos escolher a roupa? – Disse, voltando ao closet. Experimentei mais 500 roupas e no final escolhi um short jeans balonê escuro, uma bata branca que cai no ombro, um top verde limão e um sapato de salto alto preto, aberto nos dedos.
- Hey babe, vou descer e ajudar no almoço, ok? Amo fazer almoço com a Sop, pena que não é todo dia que eu posso, né? Graças a Deus entrei de férias, preciso organizar umas coisas, ainda mais pra hoje à noite. – Disse ela contente.
- Ok amiga, mas me diz o que vai ter hoje à noite que você não conta pra ninguém? – Eu falei curiosa, como sempre.
- Vai ficar curiosinha até na hora do jantar, dona Luinha. E você não sai dessa casa sem jantar com a gente, ok? Se não, nunca mais vai saber o que é. – Disse ela, num tom muito ameaçador, mas rindo.
- Ok, dona Amandinha, não sairei. – Disse rindo, fingindo medo.
- Então tá amiga, vou lá ajudar a Sop. – Disse ela, saindo do quarto, mandei um beijo no ar pra ela, que retribuiu sorrindo e fui arrumar meu closet que tava todo bagunçado, quando terminei, já era hora do almoço. Desci, peguei meu prato, coloquei minha comida e sentei-me à mesa com os demais. Vi que o Arthur fechou a cara logo que eu sentei, fingi que nem liguei. Comecei a comer e enturmei no que estavam falando.
- É, no mínimo a Amanda foi convidada a ser modelo. – Disse Micael, tentando adivinhar o que a Amandinha tinha pra nos contar.
- Só se foi convidada a posar para uma revista com suas roupas hiper estilosas. – Disse Mel, comendo.
- Só se for sem as roupas estilosas dela, porque o Rodrigo tá super empolgado também. – Disse Chay, arrancando risada de todos.
- O Rodrigo tá sabendo o que é? – Falei. – Então vão assumir o namoro que ficam tentando esconder da gente. – Continuei e vi Amandinha eRodrigo ficarem vermelhos.
- É MESMO! Como que a gente não pensou nisso? – Micael disse, fazendo cara de pensativo
– Porque pensar não é o seu forte, né, Micael? – Arthur disse, fazendo todo mundo rir, inclusive eu. Senti seu olhar sobre mim, mas preferi não encará-lo. O almoço foi bem divertido, tirando que eu e o Arthur não nos olhamos e nem nos falamos, eu ainda tava morrendo de raiva dele. Depois do almoço, subi pro meu quarto, tomei meu banho, coloquei uma calça jeans, uma camiseta, tênis, penteei meu cabelo, peguei minha bolsa e fui para o pub, fiquei lá até as 16h30 e voltei para a casa. Arthur, Chay, Micael e Mel estavam jogando vídeo game, já citei que a Mel é a mais homenzinho com essas coisas de nós quatro? Ela fica horas com os meninos, jogando vídeo game, vendo futebol, é incrível isso. Dei um oi geral e já sabia que o Arthur não responderia e realmente não liguei muito pra isso, subi as escadas, fui pro meu quarto, troquei de roupa, coloquei uma roupa mais confortável pra ficar em casa, liguei meu som e coloquei Green Day pra tocar e fui fazer minha unha, eu sempre fui muito criativa com as minhas unhas, nunca estava com a unha normal, dessa vez, resolvi fazer algo mais simples, pintei de vermelho e coloquei pintinhas pretas, igual uma joaninha, ou um morango, como preferir. Quando estava quase acabando, vi Amanda entrar no meu quarto.
- Hey amiga. – Disse ela sorridente.
- Oi amor. – Falei, sorrindo também.
- Já terminou com suas unhas? Se não, anda rápido e começa a arrumar, por que eu sei o quanto você demora pra se arrumar, mesmo com a roupa separada. – Disse ela, me apressando e rindo.
- É, eu sei que eu demoro, não precisa jogar isso toda vez na minha cara só porque você se arruma rápido, dona Amandinha. – Eu respondi rindo.
- Isso mesmo, na verdade, me arrumo em tempo normal, vocês que se atrasam. Mas, mudando de assunto, quero você às 19h pronta lá embaixo pra jantar com a gente, ok? – Disse ela.
- Claro, né, Amandinha, não tem ninguém mais curioso que eu nessa casa. E você nem pra me adiantar o assunto, argh. – Disse, fazendo cara de brava.
- Claro que não, né Luinha, surpresa, poxa. – Disse ela, rindo e saindo do quarto, quando ela já estava no corredor pude a ouvir dizer “Às 19h, hein,Luinha, nada mais que isso” e ri. Levantei-me e fui me arrumar, tomei meu banho, passei perfume, vesti minha roupa, calcei, sequei meu cabelo, passei minha maquiagem e fui arrumar minha bolsa quando escutei Chay falando com Arthur no corredor, parei pra escutar. Sim, eu sou muito curiosa.
- Não brinca, Aguiar, você realmente não vai sair hoje? E as fãs desesperadas que te ligam? Nenhuma ligou? – Chay disse e eu fiquei escutando. Já mencionei que os meninos têm uma banda? Chama-se McFly, ainda não são mundialmente famosos, mas um dia serão. Eles realmente tem talento. A fama deles é razoável, tem umas fãs louquinhas, mas nada demais. Só tem algumas que dão de cima dos meninos descaradamente, principalmente do Arthur, que é solteiro. Prefiro não comentar.
- Até que ligaram, dude, mas não tô a fim de sair hoje. Não tô com cabeça pra isso. – Disse Arthur.
- O que te deixou assim? Você não é assim, dude. – Disse Chay, estranhando a atitude de Arthur, coisa que eu também estava.
- Nada, nada não. Só, não tô com saco. – Disse Arthur. – Vamos descer antes que a Amandinha nos puxe pelos cabelos. – Continuou Arthur, Chay falou algo que eu não entendi, então vi Mel na minha porta, logo fingi que tava arrumando minha bolsa e como ela é bem espertinha, não reparou que eu ouvia a conversa dos meninos.
- Amiga, você tá linda, o Diego vai amar, agora vamos descer, Amanda vai nos matar daqui a pouco. Nunca a vi tão nervosa. – Disse Melzinha me apressando.
- Tá bem amiga, vamos descer, já tô pronta. – Disse, sorrindo, quando eu me liguei, não tinha falado nada do Diego pra Melzinha. – Hey, perai, não falei do Diego pra você ainda, como você sabe? – Perguntei, intrigada.
- Até parece que você não conhece o Arthur, né, amiga, quando tá com raiva de alguma coisa, vai comer e fica falando sozinho. Só que eu tava na cozinha quando ele começou a falar do Diego, aí eu perguntei o que tinha acontecido pra Amandinha e ela me contou. E falando nela, vamos logo antes que ela cometa um homicídio, o nosso. – Disse Melzinha rindo, ri junto e desci com ela. Encontrei a mesa de jantar toda arrumada, com taça pra vinho e todo mundo já sentado, tinha lugar sobrando ao lado do Chay, que Mel logo ocupou, do lado de Rodrigo, que eu imaginei ser daAmandinha e na ponta da mesa, onde eu sentei. Vi a Amandinha chegar com duas tábuas com lasanhas, como eu amava a lasanha que a Amandinha fazia, aliás, nós quatro cozinhamos muito bem, esses meninos tem sorte. Rodrigo a ajudou, colocaram na mesa, onde já tinha uma salada bem colorida e arroz.
- Tá, quero todo mundo com vinho no copo bonitinho antes de falar a notícia. – Disse Amanda, olhando pra mim e pra Melzinha, que não tínhamos vinho no copo. Chay nos serviu, sorri pra ela como um “continue”.
- Hm, ok. Ããã... Rodrigo, diga. – Disse Amanda, sorrindo pra ele.
- Tá bem. – Disse ele, sorrindo. – Bom, tenho duas notícias, uma boa e uma ruim, qual vocês querem ouvir primeiro? – Perguntou ele.
- A ruim! – Respondemos em uníssono.
- Bom, a ruim é que... Vocês só vão poder ouvir a ruim quando ouvirem a boa. – Disse ele, pensativo.
- Então por que perguntou qual a gente queria ouvir? – Sop disse.
- Porque eu sempre quis perguntar isso. – Disse ele sorridente, fazendo todo mundo rir junto. – Mas ok, agora sério. A notícia é que, bom... Pra nenhum de vocês é novidade que eu e a Amandinha namoramos, vocês mesmos disseram isso hoje no almoço. – Ele falou isso olhando diretamente pra mim, me fazendo rir. – Mesmo que eu e a Amandinha não assumíamos nosso compromisso, estamos assumindo agora e vamos assumir mais sério ainda daqui a algum tempo... – Disse ele nos olhando, pude ver o brilho nos olhos da Amandinha.
- Isso quer dizer o que eu tô pensando? – Sophia falou, quase pulando no casal-novo-velho.
- É sim. – Disse Rodrigo, rindo, e depositando um beijo no topo da cabeça da Amandinha, que sorriu.
- AAAAAH, SÉRIO? NÃO BRINCA COM MEU POBRE CORAÇÃO! – Dei um grito, olhando pra eles emocionada.
- É SÉRIO AMIGA, agora para de gritar, meus ouvidos doem. – Disse Amandinha, fazendo todo mundo rir.
- Ae Duuuude, parabéns! De verdade, que vocês dois sejam muito felizes. – Disse Arthur.
- Caralho, não consigo acreditar dude, parabéns pô, de verdade. – Disse Chay, dando um pedala no Rodrigo e fazendo todo mundo menos Melzinha rir.
- Ah, meu bebê tá crescendo, parabéns bebê. – Disse Micael, apertando as bochechas do Rodrigo e fazendo todo mundo rir.
- PARA, GENTE! – Mel gritou e assustou a todos.
- Que foi, amiga? – Falei, preocupada.
- Alguém me explica o que tá acontecendo? Não entendi. – Ela falou com cara de idiota. Um “dãã” geral surgiu.
- Só podia ser a Mel mesmo, né? – Disse Rodrigo.
- Pois é, não conheço ninguém mais lerdo. – Concordou Amandinha.
- Ai, tadinha da minha amiga lerdinha. – Disse Sop, abraçando Mel e fazendo todo mundo rir.
- Para gente. – Disse Melzinha, fazendo bico e logo ganhando um selinho de Chay e deixando todos assustados.
- Perai, desde quando vocês também ficam na frente da gente? – Arthur disse, parecendo ler o pensamento de todos da mesa.
- Hm... Bom, Melzinha... Rodrigo e Amanda vão se casar. É essa a notícia. – Disse Chay, desviando a pergunta de Arthur.
- SÉRIO? AAAAAAAH, PARABÉNS BEBÊS LINDOS! – Disse Mel emocionada. E atrasada, ri com meu pensamento.
- Obrigada, amiga. – Disse Amandinha, sorrindo. – Mas eu também quero saber essa história sua com o Chay. – Disse Amandinha, com um sorriso malicioso agora no rosto.
- Hm... Bom, a gente tá... Er... Namorando. – Disse Chay, meio envergonhado.
- Sério? Awwwwn, que lindos. – Falei, sorrindo.
- Finalmente. – Disse Micael rindo e fazendo todo mundo rir junto.
- Bom, agora é a noticia ruim. – Disse Rodrigo, sério. – Eu e Amanda vamos morar sozinhos, né, óbvio isso, Micael e Sophia também. Isso quer dizer que vão ficar só vocês quatro aqui, então eu estava pensando em vender a casa das meninas, já que todo mundo mora nas duas casas mesmo. – Continuou Rodrigo, olhando pra gente.
- Então, não tem problema nenhum, Rodrigo, nós sabíamos que um dia a gente teria que sair de lá mesmo, então se me aceitarem aqui, tudo bem. – Eu disse, fazendo todo mundo rir.
- A casa é sua, você sabe disso. – Disse Chay sorrindo pra mim. – Mas temos outra coisa pra se tratar, eu e Mel também vamos morar juntos. – Continuou, olhando pra mim e pro Arthur. Engoli seco, a casa era dos meninos e quando os três saíssem, ia ser somente de Arthur. Eu não ia morar com Arthur sozinha, principalmente agora que estamos brigados.
- Bom, acho que com o dinheiro que eu ganho no pub posso alugar alguma coisa, isso não vai ser problema pra mim. – Falei, tentando me convencer.
- Mas Luinha, não tem nada a ver você ficar aqui. Pensei em vender a outra casa, não essa, já que a gente mora mais nessa que na outra. O Arthur não vai ligar de você morar aqui com ele, não é, Arthur? – Disse Rodrigo. Nesse momento, meu celular tocou.
- Hm, vou atender... Depois falaremos sobre esse assunto. – Saí da mesa e fui atender meu telefone, senti o olhar de todos em mim. Peguei meu telefone e reconheci o numero de Diego e atendi.
- Hey. – Disse.
- Oi,Luinha! Só liguei pra confirmar, confirmado? – Disse ele, rindo.
- Sim sim, 22h, né? – Falei.
- É sim, então até lá, beijo. – Respondeu ele.
- Beijo. – Desligamos e eu voltei pra mesa, ninguém mais falava do assunto, estava realmente com medo de voltarem pro assunto, mas estavam todos conversando. Sentei-me e vi Micael falar mais alto pra todo mundo calar a boca.
- Pronto, Amandinha, a Luinha já voltou pra mesa, agora a gente pode comer? Tô com fome. – Disse ele, com uma cara de menininho-pedindo-à-mãe-para-brincar fazendo todo mundo rir.
- Pode, Micael, coma a vontade agora. – Disse Amandinha rindo, então todo mundo se serviu e ninguém mais se lembrou do assunto, jantamos, comemos depois a sobremesa que Rodrigo tinha feito, um mousse de chocolate, que estava realmente bom.
- Podíamos sair todos, né? – Disse Sop, empolgada com a idéia. – Menos a chata da Luinha, que já tem um encontro. – Continuou com um sorriso malicioso, me fazendo rir.
- Ótima idéia, Sop. – Disse Amandinha, com a mesma empolgação.
- Hm, podem ir vocês. Não vou sair hoje, principalmente com vocês agora, que são três casais melosos. – Disse Arthur.
- Qual é, dude, chama qualquer uma das suas “animações” e vamos com a gente. – Disse Micael, fazendo aspas em animações, me deixando com mais raiva de Arthur do que eu já estava.
- Não dude, quero mesmo ficar em casa hoje. – Disse ele. – Não tô com animação nenhuma pra sair, preciso descansar. – Continuou.
- Hm, então tá, Arthur, mas se mudar de idéia nos ligue, ok? – Disse Mel.
- Ok. – Concordou ele, sorrindo.
- Bom, falando de sair, tenho que ir pegar minha bolsa, quase 22h já. – Disse, levantando da mesa e ouvindo comentários como “Ahhh, Luinha”, ri e subi as escadas. Escovei os dentes e quando estava passando gloss, ouvi meu celular tocar, deduzi que era Diego e atendi rápido.
- Oi. – Disse, sorrindo.
- Oi, Luinha, já estou na porta da sua casa. – Disse ele.
- Ah ok, já vou descer. – Falei, desligamos, terminei de passar o gloss, peguei minha bolsa e desci. Todos ainda estavam na mesa, alguns ainda comendo o mousse.
- Bom galera, to indo. Boa noite pra vocês – Disse mandando um beijo no ar para todos. Arthur apenas ignorou. Saí de casa e vi uma Lamborghini cinza chumbo parado na porta e Diego encostado nela me esperando, tive que me segurar muito pra não deixar meu queixo cair diante aquele carro.
- Oi, linda. – Ouvi Diego dizer, me fazendo acordar do transe em que eu estava por causa do carro.
- Hm? Ah, oi Diego. – Disse sorrindo e abraçando-o, senti o perfume dele quase me intoxicar, mas não posso reclamar do cheiro, muito bom mesmo.
- Então, vamos? – Ele disse, abrindo a porta do carona pra mim.
- Claro. – Disse, realmente animada, entramos no carro e Diego deu a partida, ouvi uma musica no rádio tocando baixinha, quando a reconheci, aumentei sem pedir permissão.
- Gosta de Soulja Boy, gata? – Disse ele, dando um sorriso um tanto quanto tentador. – Não sabia disso. – Continuou.
- Gosto sim, amo My Dougie. – A música que tocava no momento era essa. – Pra mim, é a melhor música dele. – Disse, olhando pra ele.
- Gosto muito também. – Disse ele e continuamos conversando sobre nosso gosto musical, até chegarmos a um pub que eu já tinha visto por fora, mas nunca tinha ido.
- Pronto, chegamos. – Disse ele, sorrindo e saindo do carro, fiz o mesmo. Entramos no pub, um lugar animado, pessoas bonitas, gostei dali. Entramos no pub e encontramos alguns amigos de Diego, Leonardo era um deles, com mais dois meninos e três meninas. Sentamos com eles e então fomos bebendo, aquele pub era conhecido pela sua diversidade de bebidas, então aproveitei para experimentar todos os tipos. Depois disso, só me lembro de estar dançando loucamente com Diego e às vezes ele me beijava. Então ele me puxou pra outro canto fazendo sinal com a mão de que queria falar comigo.
- Então gata, nós vamos brincar com nossos carros agora, gostaria que você fosse pra dar a partida, o que acha? – Disse, dando o mesmo sorriso sedutor do carro. E como eu não estava nem um pouco sóbria, aceitei. Saímos do pub e todos os outros já estavam do lado de fora.
- Aí irmão, vamos encontrar com o Locke e a turma dele lá, ele disse que quer mesmo competir com você. – Leo disse para Diego.
- Tá tranquilo, não vou fugir do Locke. – Respondeu Diego, me puxando para o carro logo em seguida. Entramos no carro e ele deu a partida. Como fomos em alta velocidade, não demorou muito para chegarmos. Quando chegamos, descemos do carro e vi Diego cumprimentando alguns amigos, foi quando escutei uma voz grossa atrás de mim.
- Fala Dieguinho, que bom que você apareceu. Achei que não teria alguma coisa alta para apostar, ou com medo de apostar e tal. – Disse o dono da voz, fazendo-me, junto com Diego, virar para olhá-lo.
- Locke, – Disse Diego, sério. – vou apostar o que você quiser. – Falou, agora sorrindo de lado. – Se você apostar seus dois brinquedinhos. – Continuou Diego, apontando para um Scorpion vermelho e uma Ferrari amarela.
- Apostado, Don Diego. – Disse ele, ironizando e sorrindo maliciosamente olhando para mim. – Isso se... Você apostar sua garota aí. – Continuou ele, chegando mais perto de mim. Quando ouvi aquelas palavras, tremi dos pés a cabeça, mas ainda acreditava que Diego não iria fazer isso comigo, ainda mais que nós tínhamos nos conhecido há dias e tínhamos ficado só hoje. Vi Diego lançar um olhar pra mim e não consegui distinguir o que aquele olhar queria dizer, logo depois olhou para Locke novamente.
- Apostado. – Disse ele, sorrindo.
CONTINUA...
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